domingo, 14 de junho de 2009

SETEMBRO, 21 (1915)


Acordei muito tarde. Quando desci já todos tinham almoçado. Tomei frutas leite, pão e chá. Fui, depois, passar a limpo “Janua Coeli” para mandar ao Piauí. Ao chá conversei com a família a quem me tenho referido ultimamente e com quem vou em boas relações.

Fiz, depois, um passeio no jardim e como me tenha encontrado com o inglês a quem aludi no dia 18 (o do monóculo) trocamos uma cortês saudação (em francês) e seguimos juntos. O homem não é “dandy” nem “snob” como me pareceu à primeira vista: é um respeitável (apesar de novo, relativamente) cônego presbiteriano, que na palestra revela inteligência e cultura. No “bunglow” encontramos o Sr. Reid. Conversamos os três, quando, da alameda perpendicular à que paramos, surgem dois tipos. Um apresenta o outro ao Sr. Reid, cortejam e seguem. Eram:um jovem filho de um comendador qualquer e o menos jovem, filho o Sr. Visconde de Ribeira Brava e Governador Civil da cidade. O filho do Visconde (não é por mal dizer) pelos ares, pelos modos e pelo próprio físico é um néscio. Temos 25 graus à sombra, o que para aqui é calor, e o animal anda enluvado! Foi o único tipo que já vi aqui calçando-as; logo... também foi o único Governador que no hotel tem andado.

Depois do jantar fui concluir uns versos que comecei ao meio-dia e como verificasse que não tinha cigarros, perguntei ao criado se os havia no hotel.Traz-me uma carteira de flandre, com 20 cigarros, do Cairo. “Regina”, da casa Cousis, e cobra- me, por eles, 500 réis (1.500 brasileiros mais ou menos). Safa!

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