domingo, 14 de junho de 2009

OUTUBRO, 17 (1915)

O famoso Graf Zeppelin

Domingo;dormi ainda muito bem. Depois do almoço, que tomei suculento,(como se diria em Oeiras) recebo a visita do agente consular do Brasil, o Sr. Raul Teives. Conversamos algum tempo sobre as cousas do Brasil; sobre a morte do General Pinheiro Machado, etc. Disse-me que também ele é jornalista do “Diário da Madeira”, e pôs este jornal à minha disposição, convidando-me a visitá- lo logo que chegue o diretor de Lisboa. Aceitei o oferecimento e disse-lhe que mandaria uns versos; convidei-o a jantar comigo um dia e entre muitos protestos de cordialidade de ambas as partes e oferecimentos muito rasgados da parte dele, nos separamos.

Tomo o lanche e leio mais um capítulo do “Cristo e Maomé”, que vou achando ótimo. Durmo um pouco e desço para o chá. Encontro-me com um hóspede dos recém chegados(é filho dos outros dois) que me oferece cigarros e puxa conversa. Ele parece-me não ter muito bom juízo, mas apesar disto, vê-se que é um rapaz educado. Tagarelamos muito sobre o Brasil, sobre a Alemanha e os alemães, sobre a escuridão que reina de noite em Londres por causa dos Zeppelins, etc. Quando me estava já enfastiando a palestra, chegam os pais do meu interlocutor, que tinham ido passear. Eles entendem-se em inglês e eu escafedo-me à francesa.

Janto bem e depois do jantar faço um pequeno passeio à Travessa das Angústias e apesar de ter levado sobretudo e luvas voltei com frio. Temos 16 graus de temperatura.

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