domingo, 14 de junho de 2009

OUTUBRO, 21 (1915)

Catedral do Funchal (foto de época)

Tive muito boa noite. Tomo o almoço e peço um automóvel para a c idade. Desço em casa do médico. Acha-me com melhor presença e depois de me auscultar manda que continue usando o mesmo medicamento que me receitara anteriormente e que não usei. Consulto se posso tomar banho de mar e tenho resposta negativa. Pesa-me e verificamos que estou com 54 quilos, ou seja, três quilos a mais do que quando aqui cheguei. Fico satisfeito, pois o aumento é verdadeiro, visto como tive o cuidado de levar a mesma roupa, os mesmos sapatos, enfim “toillete” absolutamente igual à que levei quando lá me pesei pela primeira vez. Combinamos, eu e o médico, que nos encontraremos todas as quartas-feiras para ser observado. É preciso notar que ele mandou-me, quando lá fui da outra vez, que comprasse um termômetro, para observar a minha temperatura quatro vezes por dia e levar-lhe um quadro com a demonstração delas. Na semana passada, vê-se pelo quadro, que nunca tive temperatura superior a 36,8 graus.

Começo a ter mais confiança no tal médico e resolvo tomar os remédios que ele mandou (tricalcina, benzoato de sódio, nuclerinato de sódio). Do médico vou ao correspondente; recebo dinheiro e faço na rua algumas compras. Chego a casa justamente à hora do lanche. Depois de ter lanchado subo aos meus aposentos e penso no aumento de peso que acuso. Ah, se eu vou me curar! Que bom seria. Durmo alguma cousa e quando acordo é hora do chá (4 horas). Banhando então o rosto, sinto, quando lhe passo a mão, que já não o encontro tão emagrentado. Está tudo muito bem (“all right”). Começo a ler “A Alma da Criança”. Chega a hora do jantar. Janto sob um bem-estar paradisíaco.

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