domingo, 14 de junho de 2009

SETEMBRO, 24 (1915)

Dormi melhor que as noites precedentes e desci mais cedo. A sala estava cheia. Havia ingleses em todas as salas e em todos os corredores: desde o “fumoir” até a sala de visitas; do salão de jantar ao terraço havia um burburinho terrível produzido pelas mulheres que conversavam toda ao mesmo tempo. Tem-se a impressão de estar numa pequena feira. Puxa, que gente faladora! Há uma bonita inglesita que me chama atenção. Pergunto ao João donde veio tanta gente e sou informado que são passageiros do “Walmar Castle”, que faz viagem à tarde para o Cabo da Boa Esperança. Ao lanche havia pouca gente e ao jantar éramos apenas cinco pessoas no salão ao ar livre, que nunca vi com menos de 16 a 20. Depois do jantar o hotel ficou numa tristeza de cemitério e, pela primeira vez, o senhor argentino falou comigo. Disse alguma cousa em espanhol, que eu respondi em português. Também a nossa conversa foi curta.O Douglas foi embora. Que pena! Já estava tão meu amigo. E vou dormir hoje tendo o fígado um tanto pesado. Calma, calma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário