OUTUBRO, 30 (1915)

As Camacheiras do Funchal

Apareceram as primeiras violetas aqui no hotel. Trazemos as “camacheiras”, mercadoras de frutas e de flores residentes na “Camacha”, que me cobram 3 vinténs (hony soit qui mal y pense) por cada “bouquet”, dizendo que agora é este o preço, pois violeta neste tempo é ainda muito rara. A pobre mulher pensa em se justificar supondo que eu vou achar exorbitante o que ela cobra pelas suas flores, quando sucede justamente o contrário. O “Diário daMadeira” traz meu “Sonho Panteísta” e a seguinte notícia: “Nogueira Tapety. Publicamos, hoje mais uma esplêndida poesia do nosso distintíssimo colaborador, Doutor Nogueira Tapety, que é, como a “Ode à Madeira!”, uma vibrante afirmação do seu privilegiado talento de poeta e de artista. Ao ilustre literato agradecemos, muito reconhecidos, a encantadora gentileza da
deferência com que nos distinguiu”. Sem comentários.