quinta-feira, 11 de junho de 2009

NOVEMBRO, 20 (1915)

Saudades de Oeiras...


Ontem esperei até a noite correspondência do Brasil, pois contava que o Antony me tivesse trazido. Nada porém recebi e fui dormir indignado, por isso, custei muito a conciliar o sono. Incomoda-me, sobretudo, a falta de carta ou telegrama de meu pai, de quem está dependendo a minha sorte neste momento. É o caso que o dinheiro está se acabando e não sei se ele está disposto a fazer-me a mesada que pedi, a f im de poder demorar-me aqui. Sinto-me tãomelhor que acredito na cura, se puder ficar na Madeira até maio. Quando escrevi a meu pai pedi- lhe resposta por telegrama, mas, até agora, nada de resposta. Será possível que minha carta não tenha chegado a Oeiras depois de dois meses de viagem? Amanheci um pouco indisposto, mas depois de um banho quente, sinto-me bem e tomo lanche com ótimo apetite. Jantei da mesma forma e vou dormir ainda hoje pensando como ficar aqui mais algum tempo, para consolidar a cura que se manifesta com tanta prontidão.

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