domingo, 14 de junho de 2009

OUTUBRO, 22 (1915)

Em Câmara dos Lobos

Não dormi muito bem. Desço às 9 horas. Sento-me à mesa para o almoço e peço o“Diário da Madeira”, quando volto a página surpreende-me uma notícia espalhafatosa e esmagadora da minha estada aqui. Fiquei visivelmente comovido e exaltado. Isto fez-me mal pois, às 3 horas, senti febre e o termômetro confirma-o. tenho 37,4 graus de temperatura, duas horas depois desaparecia esta febrícula e agora (9 da noite), tenho apenas 36,8. Depois do jantar a Mrs. Johnson (é a senhora da família chegada a 15) fere conversação (em francês), respondo-lhe a tudo e depois de confessado sobre a minha posição, os meus títulos, o meu “metier”, informo-lhe que o “Diário da Madeira”, de amanhã ou depois, deve trazer uns versos meus. A senhora é distintíssima, de maneiras cordiais, mostra uma educação aprimorada. Seu marido é mais sóbrio, embora muito cortês e atencioso. Recolho-me às 10.

Nenhum comentário:

Postar um comentário