domingo, 14 de junho de 2009

SETEMBRO, 25 (1915)

Baixa do Funchal. Clique na imagem para ampliá-la
Indigníssimo dia. Levantei-me às 10, apesar de ter acordado cedo. Não fiz nada. À tarde, depois do chá, fui ao jardim e transpus o cais que barra o precipício em frente do Pálace Hotel. Satisfiz meu desejo e, num cáctus que está à borda do abismo, deixei o meu nome gravado em uma folha.

Quando voltei para o jantar, o argentino que me observara, não sei de que ponto, arriscou uma delicada e paternal censura à minha temeridade. Disse que não convinha fazer aquilo, pois podia eu escorregar e, demais, que prazer achava em me arriscar sem proveito? Concordei que tinha razão e prometi não repetir a temeridade como ele classificou o meu ato. Senti o fígado pesado e um pouco febril, depois de jantar passo melhor.

Faz luar, mas um luar baço, morto, inexpressivo, que não tem aquela suntuosidade espiritualizante do luar americano... vou dormir com saudades do luar que há de estar fazendo no Brasil.

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